A Flor dizia ao sol:
- Bom dia Sol, como vai você?
O Sol respondia alegre em ver que
a flor se abria só para ver o seu brilho:
- Olá flor, hoje eu nasci feliz!
Eles continuavam seu diálogo
falando do vento, da água, das abelhas que vinham às plantas para poder fazer o
mel. Viviam felizes até que a noite viesse e a Lua viesse se apresentar à flor,
mas todas as vezes que a Lua acordava a flor já havia se fechado e voltado a
dormir.
A Lua sentia-se triste e sozinha,
já que as estrelas vinham sempre discutindo sobre quem brilhava mais. Ela
ficava admirando os vaga-lumes, mas necessitando de alguém que admirasse a luz
daqueles pequenos insetos tanto quanto ela, ficava tentando chamar atenção da
flor. Sentia inveja do sol, tanto quanto das estrelas, e admirava os vaga lumes
justamente pelo seu pequeno brilho, que não cessava ainda que tão pequeno.
Chorava.
Um novo dia nascia, porém o Sol
não aparecera esta manhã, a Flor que acordava, não acordava feliz, pois sem
brilho, ela não tinha motivo para estar aberta e mostrar sua beleza. Ela olhava
para o céu, mas o sol estava com muita preguiça para aparecer. Deixou com que
nuvens cobrissem o céu e não acordou.
Achando que tinha sido abandonada,
ficou irritada, decidiu que o Sol já não era tão bom, já que a chuva forte
estava a atacando e o Sol nada fazia para tirá-la daquele momento. Dormiu então
enquanto deitava-se em suas próprias lágrimas. Acordou com um brilho, mas era
um brilho diferente. O céu estava escuro com exceção de uns pontinhos brancos e
algo parecido com o sol, porém menor, só que por algum motivo mais bonito.
A Lua se apresentou:
- Olá, eu sou a Lua, sempre
esperei pelo momento de te ver acordada, pelo momento de te mostrar a beleza
dos vaga-lumes e até mesmo o brilho das estrelas, que ficam sempre brigando,
mas são lindas de qualquer modo.
A Lua continuou contando sobre a
beleza da noite, sobre o orvalho se formando no final da mesma, sobre o vento
noturno e a Flor ao ouvir tudo isso, apaixonou-se pela noite. Dormia todo o dia
e acordava toda a noite para ver a beleza da Lua que a havia conquistado.
O Sol não se importava, havia
ainda cem mil flores iguais àquela flor, não precisava de mais uma, mas a Lua
ficou emocionada, a Flor apaixonada, ninguém se magoou, ninguém mais chorou.
Era tudo o que todos precisavam. Cada um encontrou o seu lugar, seu momento,
sua vida.