quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Arcoirieiraremos

Tudo o que há na natureza é simplesmente genial. Cada aspecto da maravilha arquitetônica que vive chamada Terra é fascinante. É lindo pensar que tudo que existe está lá por algum motivo e que cumpre uma função que contribui para que outros elementos da criação também cumpram as suas. No “Imenso Outro”, tudo tem seu lugar e seu propósito, além de uma série de significados e de sentidos que só podem ser compreendidos em situações muito específicas por mentes humanas. Dentre todas as pequenas partes desse todo estão o mar, com sua própria fauna e flora, totalmente distinta da terra seca, com sua própria cor, beleza e cheiro. Também a própria terra com seus animais de diversos tipos e tamanhos, infindáveis espécies de infinita diversidade, as mais curiosas formas de vida com suas mais questionáveis e ainda sim indiscutíveis belezas. Ao mais, uma flora que deixa qualquer um sem palavras, árvores de todos os tamanhos, flores de todas as cores e frutos com toda sorte de sabores que se possa imaginar. Lindas paisagens se pintam com o mar e a terra. Mas ainda há o céu, com suas próprias peculiaridades. A cor que varia do preto ao rosa, passando pelo azul e pelo laranja, passeia pelo cinza e volta a colorir.  Nesse céu há Sol, estrelas, Lua, pássaros, insetos, planetas e às vezes nuvens e eventualmente, graças a presença dessas nuvens e o seu desaparecimento, uma imagem semicircular aparece no céu, colorida e encantadora. Sobre as nuvens, elas ora estão brancas, ora começam a escurecer, ora estão completamente negras e cobrem o Sol completamente, parecem ser feitas de algodão. É por causa delas que de vez em quando chove.
Chuva: Fenômeno que ocorre devido à condensação do vapor de água aglomerado em forma de nuvens no céu, quando várias gotas dessa nuvem atingem peso suficiente para precipitar. É o que acontece quando muita água está junta, no céu.
Podemos falar da polissemia da chuva. Além do sentido metereológico já citado, ela também é bastante importante na teologia. Lembremos de Noé. Deus tinha mandado chover. Não só isso, água vinha do céu e de baixo da terra pra afogar tudo o que respirava. Noé se preparou, reuniu tudo o que tinha de sobreviver e levou para um barco. Demorou anos para construir o barco e esperou mais tempo ainda dentro do barco até Deus fazer cessar a chuva e deixar a água baixar. Na cultura popular a chuva também tem seu lugar marcado. Inúmeras canções tratam a chuva com muito cuidado, Maria Rita, por exemplo, traz a chuva e a reação do povo com relação ao excesso da mesma, além da nostalgia e da melancolia que só esse fenômeno pode provocar. Mais que isso. A chuva tem um significado próprio pra cada pessoa. E pra grupos de pessoas. Pra nós!
Acho que não preciso nem dizer o quanto já vimos e falamos de chuva. Não é necessário falar o quanto já choveu nesse tempo todo. Desde janeiro até uns dias atrás com pausas muito curtas ou talvez sem pausa nenhuma, com variação de intensidade constante. Ruas se alagaram, pessoas adoeceram, sim, muita coisa aconteceu por causa da chuva. Seja literal ou metaforicamente tudo isso é verdade. Choveu nos melhores e piores momentos. Ora a precipitação só nos ajudava, ora nos afastava efusivamente. Mas não há do que reclamar, afinal toda essa chuva proporcionou uma série de lembranças que não se podem comparar. Produziram choro que se disfarçava como gota de chuva, mas também produziu os melhores abraços e ótimas memórias, além de literatura.
A chuva diminuiu, o céu abriu nem que fosse um pouco, e a luz do sol passava entre as poucas nuvens que restaram, atingiu as poças da água e a água que ainda estava no céu, e como um prisma, essas gotas separaram os raios solares em sete lindas cores, nossas cores, cores dos nossos ósculos. É o Arco-íris que aparece depois das chuvas, depois do temporal, tanto do que nos separa quanto do que nos une. Sempre há de haver um arco-íris para destacar em nós a luz e acabar com o cinza amargo do nosso interior, pra afastar a tristeza e a nostalgia, para alegrar o que deve ser alegre e deixa de sê-lo por alguns instantes.
Agora ainda chove, mas não é mais uma chuva de tristezas, não é como era antes, e mesmo  que fosse, entre essas nuvens que carregam toneladas de água que ainda estão para cair há de vir uma luz, sabemos de algo, algo que desde o início eu te disse, algo que está marcado em algum lugar da tua biblioteca e que tem sido uma verdade, uma verdade que é nosso presente, que é nosso futuro: Meu bem, Arcoirieiraremos.