quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Melpômene e A Poética de Nós Dois

Hoje eu só quero te falar de poesia; afinal, tudo o que temos e almejamos é, sempre foi e sempre será, poesia.
Poesia somos nós, na métrica, na rima, no ritmo e na essência; Poeta rebelde é o que nos escreveu, pela ausência do uso do tradicional em nossos versos. Eis aí a nossa beleza, eu penso. Poeta diletante e erudito, além de tudo, por nos fazer metáfora de outros poemas, como Sartre e Beauvoir, Scott e Ramona, etc.
Poesia são nossas mentes entrelaçadas através dos olhos castanhos e gigantes aos quais me conecto pelos meus olhos, também castanhos, perdidos e apaixonados.
Poesia é a tua boca, com desenho delicado e definido. Boca que ganharia da Mona Lisa ao gerar debates entre acadêmicos durante séculos para entender a beleza dos teus lábios e, não chegando em conclusão alguma, apenas te contemplariam.
E mais, poesia é o teu corpo fluido e perfeito; cada estrofe de ti faria músicos quererem, sem sucesso, criar melodias para captar a tua essência. Já tens tua própria melodia, o som doce da tua alma, uma sinfonia cheia de cordas em compasso ternário, como uma valsa.
Poesia são nossos corpos juntos, o contato divino e unificante das peles que não param de se mover, o encontro das respirações intensas, constantes e sincronizadas. Assim, poesia é amor. O nosso amor. E por ser amor é coração, e o teu coração é poesia: sempre disposto e entregue, lindo e apaixonante, feito da carne mais quente e suave, aconchegante e gigante.
Poesia aconteceu. Aconteceu nesses seis meses, nesses nossos seis meses. Não se tratam de sonetos, nem somos parnasianos. Somos poesia sendo recitada todos os dias pelo Pai que nos deu como presente os poemas cotidianos para respirar.

Ramesses Munhoz