Este
conto, não tem o intuito de ter um sentido, não tem um porque, é apenas um
relato sobre acontecimentos que deixaram ao menos duas pessoas felizes,
acontecimentos que refletem pensamentos e sentimentos que não se podem
explicar, mas explicam-se por si só ao fazer sentido no coração dos que sentem.
Era uma
vez um violão, este violão tocava musicas sobre o tempo, sobre as últimas
noites, sobre o brilho, sobre a cor amarela, músicas tristes e felizes. Embora
a melodia que saía dele fosse bonita aos ouvidos das pessoas, soava um pouco...
Eu diria que... Vazia!
O pobre
violão não sentia e era por isso que faltava algo em sua melodia, faltava
ritmo, uma vez que este fosse capaz de dar vida à música.
Em
outro lugar, estava o Cello, dando ritmo a melodias, mas sentia seu ritmo sem
sentido sem uma melodia agradável, aquele instrumento enorme, gigante como a
Lua, precisava acompanhar algum instrumento, para que o ritmo e a melodia
juntos pudessem formar uma linda melodia.
Todos
agora devem estar pensando: “Obviamente, o Cello e o Violão se encontraram”. E
foi exatamente o que aconteceu. Pode parecer clichê ou óbvio demais, mas quando
a perfeição se forma, não importa o quão batido seja sempre vai ser lindo no
final, mas continuando...
Uma flauta que vinha do Peru, um
dia viu o Cello durante um concerto, começaram a viajar juntos, não só eles,
alguns outros instrumentos se juntaram à jornada, queriam tocar pelo mundo e
tocaram.
A flauta sabia que faltava algo
para o Cello, e procurava a solução o tempo todo. Enquanto viajavam por um país
distante, a Flauta viu um violão, esse violão, sim, aquele violão, tocava uma
melodia linda, mas faltava algo, algo que o Cello tinha pra dar, e faltava ao
Cello, algo que aquele violão podia dar.
A Flauta conheceu o Violão, na
tentativa de mostrar o quanto suas melodias podiam ficar melhores com um toque
especial, um toque belo de um instrumento como o Cello. No início, o violão
entendeu mal o que a flauta disse, se enganou e tentou ensaiar com outros
instrumentos, mas depois de conhecer o Cello, não conseguiu mais imaginar a
palavra “música” sem aquele belo instrumento.
Cansado de esperar o Cello e o
Violão tocarem juntos, outro violão, velho companheiro de orquestra, junto com
a Flauta e o Cello, veio a falar com o Violão, e mostrou a melodia mais linda
de todas, e disse que essa melodia só seria possível, quando o tocassem juntos
o ritmo e a melodia, para que numa harmonia tivessem a mais bela canção de amor
já tocada.
Decidido, o Violão falou com o
seu igual, e antes de qualquer coisa resolveram fazer um dueto, falando sobre
mãos dadas, para que o Cello pudesse se juntar ao Violão. O Violão que se
descobriu mais tarde ser irmão do outro, saiu de perto, deixando apenas o
Violão sem ritmo e o Cello sem melodia se completarem sozinhos.
Tocando juntos perceberam que
sua música ficava perfeita, era pra isso que haviam sido feitos, para que a
este momento, estivessem tocando juntos, viajando um ao lado do outro. Juntos
conseguiam executar perfeitamente, obras perfeitas, lindas, sobre amor,
momentos lindos... Ainda hoje, são felizes com sua harmonia perfeita, tocam
suas músicas sempre, afinal, aproveitam o que de fato torna-os especiais e apóiam-se
nas imperfeições do outro para que até nas suas imperfeições sejam perfeitos.
Este é o relato que faço sobre
os acontecimentos que fazem com que hoje minha vida seja mais feliz, com que
hoje brote um sorriso no meu rosto toda vez que penso nas músicas que são tocadas
por essa dupla, com que eu acorde feliz e durma sorrindo, sabendo que ouvirei
mais histórias, mais canções e que certamente saberei de seus concertos
novamente.