domingo, 9 de dezembro de 2012

She's lost control

          Aquela continua confusão aparece para lembrar tudo está perdido, ou quase tudo, ou talvez nada, mas quem se importa, só se sabe que ela agora recebe o que tanto esperava, ela perdeu o controle. Não que ela já tivesse o controle alguma vez em sua curta vida, depois de um determinado ano em seu passado, ela esperava por este momento. E finalmente perdeu o controle.
          Tentava se agarrar à primeira chance que tinha para se livrar daquela situação. Dizia, "já sei qual o meu problema e também já sei como solucionar",  mas não adiantava, ela havia perdido o controle de vez. Continuava lutando contra o que era inevitável e todos sabiam, ela tinha perdido o controle.
          Ela abria o coração para quem aparentasse estar interessado, contava seus segredos, sua história, tentava parecer legal, engraçada, alguém que realmente parecesse valer a pena. Com o tempo as máscaras caíram, ela mostrou ser quem realmente era, e então, perdeu o controle.
          Ela não era uma pobre coitada, mas era iludida, iludida por algo que começara a mais de quatro anos, algo que era pesado demais, chamado vida. Ela sabia o que tinha que fazer, já haviam dito para ela o que ela devia fazer, mas era insegura, e então mesmo sabendo disso a algum tempo, só agora disse, "Eu perdi o controle".
          As coisas não encaixavam, e por mais que as suas mãos estivessem seguras e sendo seguradas, sentia um medo, um medo que não devia mais ter, mas que por tudo o que já tinha acontecido ainda temia, por cada detalhe tinha ainda medo, e ainda mais medo de perder o controle, mas mesmo assim, ele perdeu o controle. Não entendia mais nada, esperneava, dava socos na parede, mas nada adiantava, nada aliviava a dor de ter perdido o controle.
          Não havia mais ninguém que pudesse ajudar seu caso, e mesmo sabendo onde havia errado, não sabia nem por onde começar a acertar, não conseguia ver saída, pois tinha perdido o controle. Não via solução e mesmo a morte não lhe parecia uma saída, uma vez que além de suicídio não podia escolher quando seria sua morte.
          Podia viver melhor se não se preocupasse tanto com coisas tão peculiares, se deixasse de lado as pequenas tristezas a qual a vida a submetera, viveria melhor se ela fosse iludida de um modo diferente... Mas chegou um ponto de sua tristeza que por mais que tivesse causas e efeitos, não podia voltar atrás, não podia corrigir, não podia desiludir, não podia melhorar nada, não tinha cabeça para nada. Ela tinha perdido o controle.

domingo, 4 de novembro de 2012

Ciclos


                Engraçado como as coisas voltam às suas origens. Divertido como pensamos que estamos livres de algo quando isto está apenas no início. Interessante aplicar ironia aos tristes eventos que acontecem durante nossa longa jornada. Hoje conhecemos, amanhã conhecemos mais, depois aprendemos que o que conhecemos é apenas um início, que tudo não tem fim e que no final não conhecemos nem a nós mesmos.
                Tudo o que vemos não passa de ilusão, tudo o que achamos que é verdade, amanhã será passado. Podemos ver padrões, mas eles não duram pra sempre. E eu que tive medo que isso acontecesse, agora vejo a realidade e tenho medo de perder o controle. (Eu já tive controle alguma vez?)
                Triste que a felicidade venha de diversas fontes em momentos diferentes. Canso de ver que aquilo que era ontem não é mais hoje e medo que o que é hoje não seja mais amanhã. Medo de perder tudo o que eu nunca tive e de ganhar de novo mesmo sabendo que um dia não terei mais. Tudo vai. Todos morrem sozinhos no final.
                Não posso dizer que não sabia que isso ia acontecer, mas não posso prever o modo com que isso vai acontecer. Agora que sei como, vejo o que ainda posso fazer pra não acontecer. Pra tornar o passado presente e o presente continuar até um futuro, mas não sei a qual futuro isso vai me levar.
                Não tenho controle do tempo para saber, não sei como vai acontecer, se quando prevejo o próximo passo, o destino muda os próximos dois para que eu esteja perdido e sem o controle que eu achava que tinha, para que meus pensamentos estejam fora de ordem e assim demore mais para estar novamente andando junto com o destino. Assim não poderei saber seus passos, assim ficarei novamente louco, e ainda mais louco, e quando mais louco me faz cair. 

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Olhos do cão


                Olhos que não vêem cor. A vida em tons de cinza. Nunca precisei me importar com isso, já que tudo o que eu precisava, conseguia através do faro. Tinha o necessário pra viver, vivia com dificuldades, mas vivia.
                Um dia saí atrás de comida, faminto procurava uma forma de me manter. Fui procurando e procurando, com medo de morrer de fome. Achei comida.
                Nunca vi nada como aquilo que agora meus olhos presenciavam, era como se tudo que tivesse visto antes fosse lixo. Mexia com as patas, cheirava, enquanto via se era verdade o que minha mente me mostrava.
                Antes, já tinha comido todo o tipo de comida que eu podia encontrar, mas perto disso tudo que eu já havia comido, eram meros restos – Bem, de fato eram restos – Carnes que secaram pelo tempo, sempre muito osso ou muita gordura – Não que eu esteja reclamando, sempre me divertia roendo ossos e sempre me fartava com gordura – às vezes me deparava com pessoas que me davam ração ou biscoitos, pessoas generosas, ou nem tanto, davam-me comida e sumiam, deixando uma quantidade pequena de ração para que eu conseguisse passar o dia, mas nunca em toda a minha vida provei nada como o que eu estava vendo. Aquele banquete, com cheiro que me atraia de tal modo que eu parecia não ter controle sobre minhas patas, minha cauda ou sobre qualquer outra parte do meu corpo.
                Agora eu via algo que nunca antes vira, uma espécie de alimento que nunca acabava que me fazia satisfeito, mas não me fartava não me tirava só à fome, mas também o vazio do meu peito, o vazio da minha mente. Fazia-me tão bem, que agora e podia ver as cores, cores que agora preciso conhecer melhor, preciso saber se aquela cor do topo das árvores é o que chamam de azul, ou se é o que chamam de verde. Só o que falta pra mim agora, é saber se a vida vai deixar de ser tão cinza.

Ramesses M.

domingo, 9 de setembro de 2012

Amargo Setembro

Era uma vez uma amizade... Era uma vez...
Muitos deveriam estar conosco... Deveriam...
Entre os quatro que foram... Três ficaram...
O quarto isolado, era o único que estava com a razão, deveria ser o mais imaturo, o mais infantil, o mais iludido, e o que mais queria chamar atenção... Era o que parecia...
Um ano se passara e pouco sobrou dos momentos que se lembram.  Mas vamos voltar para o fatídico dia. Tudo se mostrava ótimo, com exceção da chuva, que na verdade fazia com que tudo fosse do jeito que era pra ser- aconteceu da melhor maneira- Estávamos os quatro, fomos até a água, sem medo de ficar doentes, molhamos os pés, olhamos o céu, nos encontramos. Parecia algo sobrenatural a forma como nos sentíamos, o modo como parecíamos estar ligados por um fato simples, por um ato simples. Um de nós ficou pra trás...
Este um ficou com medo de ficar doente, esse um de nós ficou triste, meio afastado por não ter a atenção que queria... Motivos errados, ações corretas. Foi embora.
Os Três que sobraram, voltaram à terra, foram tomar sorvete e caminhar, se sentaram em bancos molhados, se abraçaram, fizeram mais promessas vazias – que na época não eram tanto – e se foram.
Aproveitaram bastante enquanto tiveram tempo, até que as coisas começaram a mudar. Viveram como um enquanto podiam, enquanto os que ainda lá estavam se mantinham sendo quem eram. Todos mudaram, do dia pra noite. O que era pra ser uma amizade começou a ser ciúmes, medo, raiva, pretextos... Enquanto um deles tentava fazer a mediação, um corria atrás do outro. Um deles agia como idiota, pois tinha tudo e queria mais, acabou perdendo tudo e vivendo uma farsa... Um deles agia como outra pessoa, até hoje não sei o que se passava nessa mente, mas havia muita confusão lá. O outro apenas chorava, pois via que tudo tinha sido em vão, e tudo o que acreditava ser pra sempre não era, e estava acabando.
O importante é que no final a verdade sempre aparece, o ruim acaba sendo bom. Os dois que sobraram, continuaram, embora com dificuldades tempo-espaciais... Aquele que no inicio se excluiu, também voltou, e ficaram os 3 sendo o que o grupo deveria ser desde o inicio. 

O passado


Cheiro de madrugada, cheiro de infância... Cheiro de madrugada na infância. Ruas vazias, lembranças de tempos em que parecia outra pessoa. Ou na verdade nem tanto. Mas o que importa é que aquele cheiro era uma lembrança que vinha junto com aquela música, música que eu ouvia e cantava afinal a letra era exatamente o que eu pensava.
O medo de perder coisas importantes por acontecimentos passados, medo de perder a felicidade prometida a mim por causa de um pseudo eu, alguém que está comigo, mas não sou exatamente “eu”. Eu sempre tive uma teoria maluca que dizia que por existirem vários “eu” deveria existir um momento que eu deixasse de agir como eu para agir como outras pessoas. Uma chance de ser alguém que não eu, mas não uma chance agradável. Uma chance de fazer coisas que eu considero abomináveis simplesmente pelo prazer de fazê-los.
Bem, aquela música em meio a frases de minha história, dizia tudo, acabava com a felicidade e me transformava em um idiota, talvez eu fosse esse idiota no passado, mas não agora... Talvez ainda fosse, mas agora em um sentido diferente. Bem, minha história ia passando diante da minha boca, ecoando em meus ouvidos, enquanto minha mente pensava: “não quero mais essas lembranças, se o futuro e o presente são o que interessa”. Na verdade não passa de ilusão. Afinal o passado constrói quem somos, e dá os detalhes, toques finais para os eventos futuros...
Voltando ao assunto. Aquela música não saía da minha cabeça, mas na verdade eu só pensava em uma parte da música, pois tinha medo que a próxima parte não fosse “acontecer”... - Se eu te contasse coisas que eu fiz antes, te contasse como eu era, ainda estaríamos da mesma forma?- me esquecia de um fato importante... – não importa o que tenhas feito, estaríamos ainda do mesmo jeito. – depois de tudo percebi que na verdade, o passado não importava mesmo.
De fato, se eu pudesse mudar coisas no meu passado, eu pensaria seriamente em mudar, mas não tenho mais tanta certeza sobre algumas coisas, se eu tivesse mudado o passado, meu presente não seria como é. Se eu tivesse deixado de errar no passado, não teria aprendido, não teria mudado, não teria melhorado, talvez hoje eu deixasse aquele “pseudo eu” agir sempre por mim, mas não, meu passado fez com que hoje eu fosse quem eu sou, e acredito que este seja eu de verdade e eu não existiria se não fossem meus erros, eu não existiria se não fossem meus arrependimentos. Eu não seria eu se hoje não existisse um porque para eu me manter são, e eu encontrei um porque, e esse porque não exige que meu histórico seja limpo, mas que eu tenha aprendido o que eu aprendi, como eu aprendi, e que seja eu, como hoje eu sou.
Não adianta ter medo do passado, o passado faz parte do ser. Não adianta querer fugir do ser, pois este sempre mostra ser quem é. Não dá pra tentar escapar de uma realidade, mas dá para enfrentá-la e mostrar que depois do passado existe um presente e um futuro, e que estes podem ser melhores.

domingo, 2 de setembro de 2012

Para Ela


Não sei se fui eu, ou se foi ela, ou ainda se foi simplesmente os poderes do tempo, mas eu a achei.  A capacidade de sorrir ao simplesmente ver aquela pessoa que simplesmente está ali perto de mim, a capacidade de mudar tudo simplesmente ao receber um abraço, o poder de me fazer ser quem eu sou, sem mentiras, sem disfarces, sem maquiagem, isso tem ela!
Parece que é um sonho toda a vez que eu acordo, parece que eu entrei num universo paralelo onde as coisas que me fazem feliz acontecem, parece que foi construída criatura que tinha tudo o que eu queria e tudo o que eu precisava ao mesmo tempo. Essa é ela!
Acordar antes de dormir, ou talvez aconteça ao mesmo tempo. Tudo agora é anormal tudo está fora do lugar, mas é assim que eu prefiro. Viver o paraíso antes mesmo de morrer é o que agora eu faço, esqueço o passado, me preparo para o futuro, mas vivo o hoje, não só o hoje, mas o hoje, o amanhã e o eternamente, se estou olhando para o céu, já que ela lá sempre está. A lua é ela!
Antes a vida precisava de algo, nem mesmo o mel dava sabor a minha vida, precisava de algo diferente, um tempero novo, talvez sal... Algo que realmente me tornasse algo, e bom se eu o sódio sou eu, O cloro é ela!
Tudo tem inicio, e o que era pra ter iniciado, começou.  Tudo tem meio, e o que está na metade, da metade já passou. E ainda que tudo tenha um fim, esse fim não pode ser definido a menos que já tenha acontecido, não é possível dar detalhes de um fim que ainda não chegou a acabar. Nada é para sempre, mas meu fim é com ela!

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Delírios da noite


A noite mais uma vez vai se passando, e toda vez que bate duas horas, é hora de descobertas. Chega uma hora que sinceramente, não parece que exista nada novo para descobrir a essa hora, mas não se trata de coisas novas e sim de algo que sempre existiu.
Duas e dez, tento escrever. Não consigo. Leio algo. Enquanto leio, pego o violão. Paro de ler porque percebo que algo está falando comigo. Parece o som do meu pensamento, mas não está vindo dá minha mente. Tento descobrir do que se trata enquanto meus dedos vão me mostrando uma melodia nova, vou recebendo o presente, enquanto percebo que é o som que antes reconhecia como sendo meus pensamentos. Percebo também que o que os meus dedos fazem o violão falar é exatamente aquilo que tentava escrever, algo sobre como as coisas mudam eu acho. Vou ouvindo meus pensamentos em um diálogo comigo mesmo, usando uma espécie de tradutor.
Duas e vinte e minha mente continua mandando mensagens aos meus dedos, e meus dedos fazem meu violão filosofar, ele diz incessantemente: “Perceba como as coisas mudam, ontem elas eram de um jeito, amanhã serão de outro.”
Fez uma pausa (queria que ela fosse mais curta, uma colcheia talvez) depois tornou a dizer: “olhe sua felicidade”. Dessa vez fez uma pausa mais curta, apenas o suficiente para que eu olhasse a minha felicidade. “Ela também muda, talvez pra melhor, talvez pra pior.” E eu pensando o que eu mesmo queria falar... Perda de tempo, certo?!
Respondi baixo a mim mesmo enquanto separava os compassos, enquanto botava pontos e bequadros, e após o baixo continuou a minha mente: “O tempo é poderoso, ele decide, você pode mudar apenas o quão rápido isso pode acontecer”. Escrevi “Moderato”. A voz em minha mente repetiu tudo o que já tinha dito... Um ritornello viria a calhar.
Faltavam apenas vinte minutos antes que as três da manhã chegassem e meus dedos não paravam, mas já estavam concluindo. Entre diálogos entre baixos e agudos ia pensando, ia decidindo, ia pondo em prática tudo o que a minha felicidade me proporcionara. Afinal motivos de felicidade, existem vários, talvez nem todos sirvam para todos os momentos, mas alguns nos momentos certos podem fazer a felicidade durar para sempre.
Agora era hora de corrigir, meu cérebro repetia os meus pensamentos para que agora eu pudesse ver onde eu deveria olhar para trás, onde eu deveria “pular”, botar pontos, pausas... Encerrei os pensamentos com um acorde mostrando que sozinho a felicidade não vêm, e percebi que não tinham pausas, já que no final se não estamos sozinhos, não temos porque parar, podemos deixar que soem os nossos sons de alegria até que tenhamos que voltar para o início, indicado com um “D.C. Al fine”(do começo ao fim), mostrando que às vezes é necessário voltar no tempo e reviver todas as alegrias, momentos bons, até que se restem só lembranças.

Acabei me arrependendo de ter escrito “Moderato” mudei para “Alegro animato”... Tem mais a ver com o meu pensamento...

terça-feira, 24 de julho de 2012


Percebi que conforme o tempo passa, vamos crescendo, mudando, e por isso perdemos, ganhamos e aprendemos.
Talvez as perdas sejam maiores que os ganhos, ou talvez os ganhos sejam maiores que as perdas... Não interessa...
Quando envelhecemos, perdemos cabelo, perdemos energia, ganhamos peso. Nesse caso os ganhos são ruins e as perdas piores ainda, mas não são nada se comparados ao fato de que muitas pessoas são perdidas nesse caminho. Amigos se vão quando se distanciam devido às circunstancias da vida ou até mesmo por vontade própria, ao deixar que bobagens acabem com até mesmo a melhor das amizades. Não se trata de afastar alguém pelo tempo, ou por prioridades, se trata de pessoas que um dia disseram o quão importante era aquela amizade, que esqueceram do quão importante era aquela amizade, pessoas que esqueceram outras por motivos fracos, motivos como a promessa de uma vida melhor, como outros amigos, como um relacionamento... Parece que as pessoas querem perder a amizade de propósito, jogam no lixo quem as fez rir quando elas queriam chorar, que fez grandes sacrifícios só para ver o outro com saúde, que compartilhou bons e maus momentos... Depois de tudo, insistem em perder quem as fez ganhar.
Mas é a vida, talvez isso se chame "crescer" ainda não sei ao certo. Mas o importante é o importante e o que não é, nunca foi. A ilusão é que faz com que as coisas pareçam com o que não são, e a ilusão vêm da necessidade de algo e do medo de não se poder conquistar aquilo por natureza, somos forçados então a acreditar que podemos ter o que queremos com a ajuda de alguém. Nesse momento aparecem os "amigos". E com eles perdemos nossas vidas...
Por isso é mais necessário que nunca sermos amigos e não querermos amigos, podemos ser iludidos, mas nunca teremos a ilusão de que estamos construindo uma casa sobre as dunas da praia, nunca teremos a ilusão de que podemos perder algo, por que o que ganhamos de verdade, ganhamos com o nosso dom de conquistar e não com pretextos falsos.
Mas quando inevitavelmente perdemos algo aparentemente importante, devemos primeiro tentar reconquistar para saber de quem foi a culpa, ou se foi de ambas as partes, depois deve-se tomar a decisão sobre o que é verdadeiro ou não. O que é realmente importante, sempre continua, e sempre é verdadeiro, mas o que não é, sempre é interrompido, e sem chances de volta. O que existe, existe mesmo quando não vemos, mas o que não existe não existem mesmo quando vemos. É assim que são as amizades, é assim que é a vida.
Dividam a vida como quiserem, ganhos e perdas... Crescer ou não... Hoje, começo a dividir as coisas em verdadeiras e falsas. As falsas são as que nos dão impressão de existirem, ou até mesmo não, mas não existem, e se parecem existir, logo desaparecem. Mas as verdadeiras, por mais que o medo as deixem invisíveis, continuam sempre, são um fato irrevogável, uma verdade. Amigos verdadeiros, podem nem sempre estar por perto, mas quando estão, cumprem seu papel, amigos falsos, podem sempre estar por perto, e podem até dar a sensação de cumprirem o papel de amigos, mas nunca realmente curam as dores, deixam sempre cicatrizes, que fazem lembrar das feridas do passado, estando por perto ou não.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Saudade

Saudade é aquela linha que liga duas pessoas, essas pessoas se amam tanto, que não deixam distancia ou tempo as separarem. 
Saudade é aquela linha que liga pessoas, e que quando a distancia ou/e o tempo as separam faz as mesmas sentirem uma imensa dor no coração, pois essa linha vai se esticando e esticando, enquanto estica, vai apertando o coração, dói!
Saudade é aquela linha que quando deixa de se esticar, é por que as pessoas já se encontraram novamente, para de doer pois a linha vai apertando menos, mas ao olhar para o que liga essas pessoas, elas vêem que essa linha está mais forte, e que dificilmente se poderia arrebentar, estão prontos agora pra novas distancias e novos tempos, embora ficar por perto seja uma opção muito melhor. O amor é maior agora que essa linha se fortaleceu. 
Saudade é aquela linha que faz sentirmos o amor mesmo quando a distancia ou/e tempo não permite(m). 
Saudade é aquela linha que prova o amor.


R. Munhoz

segunda-feira, 18 de junho de 2012

O Cello e o Violão


                Este conto, não tem o intuito de ter um sentido, não tem um porque, é apenas um relato sobre acontecimentos que deixaram ao menos duas pessoas felizes, acontecimentos que refletem pensamentos e sentimentos que não se podem explicar, mas explicam-se por si só ao fazer sentido no coração dos que sentem.
                Era uma vez um violão, este violão tocava musicas sobre o tempo, sobre as últimas noites, sobre o brilho, sobre a cor amarela, músicas tristes e felizes. Embora a melodia que saía dele fosse bonita aos ouvidos das pessoas, soava um pouco... Eu diria que... Vazia!
                O pobre violão não sentia e era por isso que faltava algo em sua melodia, faltava ritmo, uma vez que este fosse capaz de dar vida à música.
                Em outro lugar, estava o Cello, dando ritmo a melodias, mas sentia seu ritmo sem sentido sem uma melodia agradável, aquele instrumento enorme, gigante como a Lua, precisava acompanhar algum instrumento, para que o ritmo e a melodia juntos pudessem formar uma linda melodia.
                Todos agora devem estar pensando: “Obviamente, o Cello e o Violão se encontraram”. E foi exatamente o que aconteceu. Pode parecer clichê ou óbvio demais, mas quando a perfeição se forma, não importa o quão batido seja sempre vai ser lindo no final, mas continuando...
Uma flauta que vinha do Peru, um dia viu o Cello durante um concerto, começaram a viajar juntos, não só eles, alguns outros instrumentos se juntaram à jornada, queriam tocar pelo mundo e tocaram.
A flauta sabia que faltava algo para o Cello, e procurava a solução o tempo todo. Enquanto viajavam por um país distante, a Flauta viu um violão, esse violão, sim, aquele violão, tocava uma melodia linda, mas faltava algo, algo que o Cello tinha pra dar, e faltava ao Cello, algo que aquele violão podia dar.
A Flauta conheceu o Violão, na tentativa de mostrar o quanto suas melodias podiam ficar melhores com um toque especial, um toque belo de um instrumento como o Cello. No início, o violão entendeu mal o que a flauta disse, se enganou e tentou ensaiar com outros instrumentos, mas depois de conhecer o Cello, não conseguiu mais imaginar a palavra “música” sem aquele belo instrumento.
Cansado de esperar o Cello e o Violão tocarem juntos, outro violão, velho companheiro de orquestra, junto com a Flauta e o Cello, veio a falar com o Violão, e mostrou a melodia mais linda de todas, e disse que essa melodia só seria possível, quando o tocassem juntos o ritmo e a melodia, para que numa harmonia tivessem a mais bela canção de amor já tocada.
Decidido, o Violão falou com o seu igual, e antes de qualquer coisa resolveram fazer um dueto, falando sobre mãos dadas, para que o Cello pudesse se juntar ao Violão. O Violão que se descobriu mais tarde ser irmão do outro, saiu de perto, deixando apenas o Violão sem ritmo e o Cello sem melodia se completarem sozinhos.
Tocando juntos perceberam que sua música ficava perfeita, era pra isso que haviam sido feitos, para que a este momento, estivessem tocando juntos, viajando um ao lado do outro. Juntos conseguiam executar perfeitamente, obras perfeitas, lindas, sobre amor, momentos lindos... Ainda hoje, são felizes com sua harmonia perfeita, tocam suas músicas sempre, afinal, aproveitam o que de fato torna-os especiais e apóiam-se nas imperfeições do outro para que até nas suas imperfeições sejam perfeitos.
Este é o relato que faço sobre os acontecimentos que fazem com que hoje minha vida seja mais feliz, com que hoje brote um sorriso no meu rosto toda vez que penso nas músicas que são tocadas por essa dupla, com que eu acorde feliz e durma sorrindo, sabendo que ouvirei mais histórias, mais canções e que certamente saberei de seus concertos novamente.

sábado, 28 de abril de 2012

O Conto da flor noturna


A Flor dizia ao sol:
- Bom dia Sol, como vai você?
O Sol respondia alegre em ver que a flor se abria só para ver o seu brilho:
- Olá flor, hoje eu nasci feliz!
Eles continuavam seu diálogo falando do vento, da água, das abelhas que vinham às plantas para poder fazer o mel. Viviam felizes até que a noite viesse e a Lua viesse se apresentar à flor, mas todas as vezes que a Lua acordava a flor já havia se fechado e voltado a dormir.
A Lua sentia-se triste e sozinha, já que as estrelas vinham sempre discutindo sobre quem brilhava mais. Ela ficava admirando os vaga-lumes, mas necessitando de alguém que admirasse a luz daqueles pequenos insetos tanto quanto ela, ficava tentando chamar atenção da flor. Sentia inveja do sol, tanto quanto das estrelas, e admirava os vaga lumes justamente pelo seu pequeno brilho, que não cessava ainda que tão pequeno. Chorava.
Um novo dia nascia, porém o Sol não aparecera esta manhã, a Flor que acordava, não acordava feliz, pois sem brilho, ela não tinha motivo para estar aberta e mostrar sua beleza. Ela olhava para o céu, mas o sol estava com muita preguiça para aparecer. Deixou com que nuvens cobrissem o céu e não acordou.
Achando que tinha sido abandonada, ficou irritada, decidiu que o Sol já não era tão bom, já que a chuva forte estava a atacando e o Sol nada fazia para tirá-la daquele momento. Dormiu então enquanto deitava-se em suas próprias lágrimas. Acordou com um brilho, mas era um brilho diferente. O céu estava escuro com exceção de uns pontinhos brancos e algo parecido com o sol, porém menor, só que por algum motivo mais bonito.
A Lua se apresentou:
- Olá, eu sou a Lua, sempre esperei pelo momento de te ver acordada, pelo momento de te mostrar a beleza dos vaga-lumes e até mesmo o brilho das estrelas, que ficam sempre brigando, mas são lindas de qualquer modo.
A Lua continuou contando sobre a beleza da noite, sobre o orvalho se formando no final da mesma, sobre o vento noturno e a Flor ao ouvir tudo isso, apaixonou-se pela noite. Dormia todo o dia e acordava toda a noite para ver a beleza da Lua que a havia conquistado.
O Sol não se importava, havia ainda cem mil flores iguais àquela flor, não precisava de mais uma, mas a Lua ficou emocionada, a Flor apaixonada, ninguém se magoou, ninguém mais chorou. Era tudo o que todos precisavam. Cada um encontrou o seu lugar, seu momento, sua vida.

sábado, 14 de abril de 2012

Eu, o Tempo e o Espelho

       Um dia olhei para o espelho, desejei então me conhecer. Nesse momento, foi permitido a mim, o poder de ver a mim mesmo sem precisar do espelho.
       Eu via a mim mesmo, o tempo todo, onde quer que eu fosse, podia me encontrar, me tocar, me conhecer. 
       O espelho, triste por sentir-se sem utilidade começou a chorar, o tempo ao ouvir aquele choro irritou-se e quis me castigar. Disse:
       - Fizeste o espelho chorar , impedindo assim meu descanso, agora, como castigo, tirarei teu tempo contigo mesmo, para que assim não possas te ver tanto como gostarias, nem te conhecer tão rápido como desejas, nem falar sobre tudo o que queres. Ficarás muito feliz quando puderes te ver, mas terás que aguentar a saudade toda a noite antes de dormir.
       Então eu podia ver a mim mesmo, mas não permanecia comigo mesmo, ia para a casa após um dia em minha companhia, ficava sozinho e sentia saudades, esperava o próximo dia, ansioso, esperando para poder me olhar novamente, enquanto isso, recorria ao espelho, até que pudesse me ver e conhecer mais de mim mesmo, cada vez tenho menos tempo comigo mesmo, e continuarei assim até que o espelho seja a única forma de me ver.
                   
                                                                                                                                      Ramesses Munhoz