domingo, 12 de março de 2017

The wind has changed

“Tanto o autor como o texto (...) são, naturalmente imaginários”.
  • Fiódor Dostoievski

Oi,

Tá tudo muito estranho. Tá estranho aqui, no Brasil inteiro, nos EUA muito mais, na Palestina não porque a história tá assim há bastante tempo. Tá, talvez o mundo esteja assim e não seja tudo de agora, mas vejo que algumas coisas mudaram ao menos de aparência repentinamente por agora. Bem, tá tudo igual. Ou tá tudo diferente. Me diz tu, por favor. Bom, se estiver tudo diferente pra ti, eu digo que pra mim também, ao menos muita coisa na minha própria vida também.

O mesmo movimento louco universal que tá afetando o mundo, tá fazendo uma bagunça na minha mente. E é por isso que vou colocar aqui a hipótese de conclusão que tinha em mente até dois minutos atrás (e no presente, e no futuro): tá tudo assim porque tá tudo indo pro mesmo lugar. Tá tudo assim porque as coisas todas tem que ser assim e é isso. Mas isso não importa. Só está aqui porque não quero concluir nada no final, não quero conclusões, quero respostas, respostas tuas!

Como eu ia dizendo: minha mente tá bem bagunçada e, com isso, eu nem sei mais o que tá acontecendo. É tanta culpa, é tanto erro, é tanta dor e sofrimento sendo dita que eu não consigo mais lembrar do que eu dizia uns anos atrás sobre tudo isso. Como lembrar, afinal? Quando paz, calma, graça e humildade foram palavras completamente descartadas do vocabulário das pessoas. Descartar pode ser o termo errado, ou ao menos impreciso, então vamos mudar para negligenciar, ou até mesmo subverter.

Aliás, subverter era uma palavra que eu gostava bastante, lembra? Eu tinha bastante a dizer sobre ela. Agora não importa o que se tem a dizer, o que se gosta também não. Sobrevivência vem antes de luxos como esses. Todos precisamos sobreviver. E aí sabemos que os Titãs estavam certos, só que estavam esquecendo dos detalhes.

E por falar em sobrevivência, ah, como o mundo assusta quando se conhece ele. Vou me desprender um pouco das minhas convicções pra falar o quanto é possível temer o mundo sem elas. Aliás, temer com “T” maiúsculo. É, eu sei que entendeste. Desde que somos paridos, o nosso redor já é um lugar muito desconfortável. Nas últimas mudanças da minha vida, e do mundo, esse desconforto passou a ser um total desagrado. O mundo é desagradável. Tem sido nesses últimos tempos, ao menos. Não há nada a se fazer sobre isso. Mesmo se o assunto fosse apenas a minha vida, não haveria volta. E não há problema nisso. Mas não significa que toda a conjuntura não assuste.

Podes não entender por completo o quanto as coisas estão diferentes. Eu não te julgo. Não te culpo. Mas mesmo assim queria que me tu me dissesse exatamente o que não compreendes. Paradoxal, não? Mas é tudo o que eu quero. Por isso te procuro para me corresponder contigo. Sei que quando costumávamos conversar, eu era bem diferente, e o mundo era outro. Na verdade, acho que quando paramos de nos comunicar as mudanças já estavam acontecendo, mas as coisas mudaram tanto que eu sei que tu não sabes da maior parte. Quero a tua visão agora, tua resposta. Me diz, o quanto eu mudei? o quanto tudo mudou? Tô esperando a resposta.

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