Duas da Manhã. Hora de entender metáforas. Voltando no tempo e pensando naquela bala de café. Uma pequena aposta e três centímetros. Como teriam sido diferentes esses dois anos se eu tivesse entendido a metáfora. Uma demonstração maior que qualquer outra que já tivera visto, lâminas jogadas no lixo, cigarros jogados fora. Uma promessa.
Arrependimentos surgiram aí, por não conhecer pessoas, teve que dar uma bala. Essa bala demorando a ser falada, deixou um espaço curto para ser pensado, deu muito a entender, e paralisou.
Um mês se passara, a promessa continuava, estava prestes a terminar. Todos em abstinência. Um em especial, tremendo, surtando, enlouquecendo por não ter sua dose de néctar diário. Era um sacrifício necessário. Era. Para se fazer coisas boas, precisa-se passar por coisas ruins... Abstinência é uma dessas.
Às margens de um esgoto, sentada em um banco cheia da abstinência do seu fumacento néctar, enquanto deitado em suas pernas, aquele que tinha deixado o seu (amargo, porém saboroso,) néctar (para que cigarros se continuassem onde estavam), recebeu marcas do juramento, Essas marcas ficaram lá quase um mês a mais.
Época de festas. Distância é a característica predominante. As marcas ainda estavam lá, as memórias também. Lembranças de uma esquina, no mesmo dia que a marca foi feita. Um abraço, 15 longos minutos. Memórias que perduraram. A distância só fazia verdades aparecerem. "Só voltarei para aquela cidade pois tem uma pessoa importante para mim lá". Não foi tão educada assim. Ainda tinham mais verdades, e o vinho nos ajudaria, já que café não podia. "Gosto das pessoas que cantam Shine on".
Acabaram as verdades, mas não começaram as mentiras. Talvez uma verdade ainda existisse, na verdade, uma dúvida: Por que aqueles três centímetros? Por que aqueles quinze minutos? Um movimento, um passo, e tudo seria resolvido, mas não.
Após viagens, tempos e verdades, chegaram os marços e os maios. Mudaram perspectivas. Não mudaram opiniões. Se tivesse entendido a metáfora da bala de café, muitas coisas poderiam não ter acontecido.
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